Escolha de Amadeo de Souza-Cardoso para patrono do I Concurso de Design de Mobiliário, foi feita “na certeza de que o seu mundo de formas e cores muito próprias seria um bom ponto de partida para a criação de peças apelativas e diferenciadoras”.
A empresa CRISMAGA, com sede em Amarante, entregou, recentemente, os prémios relativos ao seu I Concurso de Design de Mobiliário, lançado em dezembro de 2023, tendo como patrono Amadeo de Souza-Cardoso.
A cerimónia de premiação teve lugar na Casada Granja, um dos mais dinâmicos pólos culturais de Amarante e cujo edifício, depois de recuperado, em 1915, chegou a estar destinado a morada de Amadeo e Lucie, tendo o artista, de resto, chamado a si o desenho do respetivo brasão.
Focado, então, em Amadeo de Souza Cardoso, que a empresa considera “um dos expoentes máximos do modernismo português e uma inspiração para várias gerações de artistas e criadores”, a CRISMAGA propôs-se desafiar os concorrentes a “entrarem na imagética do grande artista português e amarantino, na certeza de que o seu mundo de formas e cores muito próprias seria um bom ponto de partida para a criação de peças apelativas e diferenciadoras”.
Onze concorrentes disseram sim ao desafio, tendo sido atribuídos três prémios e uma menção honrosa. A proposta vencedora, desenhada por José Pedro Oliveira, formado em Design, é um candeeiro de mesa de nome Amadeo. O móvel foi pensado para integrar espaços como a secretária de um quarto ou uma mesinha de cabeceira, a exigirem, respetivamente, uma luz de leitura mais direcionada ou mais difusa e serena.
Em segundo lugar, ficou classificado Paulo Senise, formado em Cinema e pós-graduado em Design, que concorreu com a “Estante Jardineira”, móvel que para além de exercer as funções típicas de uma estante (expor livros e objetos), apresenta um invulgar compartimento para abrigar plantas no centro da sua estrutura, transformando-se, assim, numa peça que cumpre ambas as funções com a mesma importância.
A David Amaral, formado em design industrial, foi atribuído o terceiro prémio pelo seu “Projeto Tela”, uma estante de madeira, com prateleiras que incorporam portas de correr em vidro laminado colorido. Ao sobrepor essas portas, deslizando-as nos trilhos da prateleira, surgem diferentes tonalidades cromáticas. Para além do seu propósito funcional, convida o utilizador a criar a sua própria “pintura” com as cores e padrões inspirados na obra do pintor modernista.
Para Alice Vasconcelos, da CRISMAGA, o I Concurso de Design de Mobiliário cumpriu os objetivos que estiveram na base da sua criação, salientando que subjacente ao seu lançamento “esteve a promoção da sustentabilidade, como elemento chave para a qualidade, o pensamento e a criação artística.”
De facto, para além da inspiração em Amadeo era definido em regulamento ser requisito essencial que as obras propostas a concurso seguissem preceitos de eco-design, tendo em atenção os materiais propostos, bem como a preocupação de que todo o processo de fabricação das peças tenha o mínimo impacto ambiental possível.
As propostas de mobiliário trazidas pelo concurso organizado pela CRISMAGA serão, agora, produzidas nas suas instalações, em Lomba, Amarante.
A CRISMAGA foi fundada em 2015 com o objetivo de importar madeiras exóticas do continente africano para o mercado português.
Apesar dos rápidos resultados positivos, em 2017 suspendeu a atividade para analisar o seu posicionamento estratégico no mercado nacional.
Em março de 2021, retomou atividade, escolhendo como ramo de negócio a Engenharia e Construção Civil e, em agosto daquele ano, realizou a primeira obra pública. A partir daí, a empresa teve um crescimento continuo e sustentado, conseguindo obter, em 2023, um volume de negócios acima dos quatro milhões de euros. Em 2024, conta já com alvará classe 6, no valor de €6.400.000 (seis milhões e quatrocentos mil euros).
Com apenas quatro trabalhadores em 2020, a CRISMAGA emprega, hoje, meia centena de colaboradores.