Rosário Magalhães: “Na mediação imobiliária fazemos os sonhos acontecer”

Rosário Magalhães (Foto AM).

Licenciou-se em Engenharia Biotecnológica, mas nunca trabalhou na sua área de formação. Começou por encarar a consultoria imobiliária como transitória, mas, pelo menos por enquanto, não se vê a fazer outra coisa. Até porque a atividade lhe permite gerir com flexibilidade o seu tempo, mesmo nas idas ao ginásio, onde o que gosta mesmo de fazer “é de puxar ferro”.

Rosário Magalhães é, aos 45 anos, uma conceituada consultora imobiliária e um dos mais respeitados quadros da agência Decisões e Soluções (DS) de Amarante. Começou na atividade em 2014, mas só iniciou funções na DS em 2019, ano em que decidiu enviar o seu curriculum.

“Sempre que passava na ponte de S. Gonçalo e olhava para as instalações da Decisões e Soluções, achava que um dia iria trabalhar ali. Andei a ‘namorar’ a placa com a marca durante alguns anos, fui seguindo a empresa na Internet e, por fim, decidi-me”, contou a AMARANTE MAGAZINE.

Ao envio do curriculum seguiu-se uma entrevista e o seu recrutamento para consultora imobiliária foi imediato. Na DS, encontrou o ambiente certo para se afirmar, tendo sido bem acolhida, quer pela Direção, quer pelos colegas, o que a ajudou a uma boa integração na equipa.

Não obstante a experiência trazida da marca anterior, a entrada na Decisões e Soluções constituiu um marco para Rosário Magalhães, tendo em conta a cultura da DS e o seu modus operandi. Quatro anos depois, sente que cresceu muito, quer em termos profissionais quer pessoais, “para o que – sublinha – foi determinante o perfil visionário e de liderança do Diretor da Agência, João Pinto, sempre a ver mais além, com um posicionamento otimista e desafiante”.

Rosário Magalhães releva, também, o investimento na formação e no bem-estar dos colaboradores da DS Amarante,  a quem disse serem proporcionadas todas as condições para exercerem com êxito a sua atividade de consultoria imobiliária.

Há vinte anos, fazer do negócio da mediação imobiliária forma de vida não estava nos planos de Rosário Magalhães. Por essa altura, havia acabado de se licenciar em Engenharia Biotecnológica e era aí que queria exercer funções. 

Porém, ao tempo, a Engenharia Biotecnológica era uma área emergente e escasseava oferta de emprego. “Ouvia-se falar de clonagem, da ovelha Dolly, que foi o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula somática adulta, mas não era um setor que estivesse em expansão. Nos últimos anos, com a pandemia, as coisas mudaram e a biotecnologia ganhou outra expressão. Todos ouvimos falar da criação de vacinas, por exemplo, com RNA mensageiro, uma técnica associada à biotecnologia”, refere.

Sem possibilidades de exercer funções na sua área de formação, Rosário começou por trabalhar ao balcão de lojas de roupa, depois num horto e, por fim, numa fábrica de calçado, com funções no setor da exportação, cabendo-lhe a receção e gestão das encomendas.

“O ambiente fabril, nesta área, é muito complicado. Ao fim de algum tempo, despedi-me e, meio ano depois, iniciei atividade numa imobiliária”, conta. E acrescenta: “Inicialmente, olhei para o meu novo emprego como uma solução transitória. Lentamente, contudo, interessei-me pela atividade e, hoje, sinto-me preenchida profissionalmente”.

A mediação imobiliária, explica, dá-lhe liberdade para gerir o seu tempo, que pode flexibilizar, seja em termos pessoais ou profissionais. “E os negócios não se fazem entre as nove e as 19:00, não acontecem com hora marcada, mas sim quando é oportuno”, diz, e com ganhos que não se conseguem num emprego dito normal.

O percurso de Rosário na Decisões e Soluções correu bem desde o início. A empresa, explica, tem uma visão moderna e integrada do setor, com consultoria imobiliária, intermediação de crédito, mediação de obras e seguros, entre outros serviços, que facilitam muito o trabalho dos seus consultores.

“O que fazemos é concretizar sonhos”

Rosário Magalhães tem uma visão interessante da consultoria imobiliária e, neste caso, do trabalho de angariação, que ela gosta particularmente de fazer nas aldeias e zonas rurais, batendo, se necessário, à porta das pessoas, questionando sobre o conhecimento de alguém que pretenda vender um imóvel ou uma propriedade. Ali, afirma, o tempo corre mais devagar, as pessoas são simpáticas e estão mais disponíveis.

Questionada sobre o perfil que deve ter um consultor imobiliário, Rosário não tem dúvidas. “Deve ser sociável, desinibido, educado, simpático e gostar de falar com os outros. O online e as redes sociais funcionam bem, mas não em todos os casos. No nosso setor, a comunicação ‘face to face’ é muito importante, sobretudo em contextos rurais e com pessoas menos jovens”, diz.

E, enfatiza, há um atributo maior que todo o mediador deve ter: honestidade. “No fundo, explica, muito para além de negócios, o que fazemos é concretizar sonhos. Já vivenciei situações de pessoas que choraram copiosamente depois de uma escritura, em pleno cartório, porque acabaram de concretizar um sonho de muito tempo”!

“Mediei uma transação que estava parada há 16 anos, por desavenças entre os vendedores, que eram herdeiros. Consegui pô-los a falar e, no dia da escritura, parecia que se haviam reconciliado e agradeceram-me, imenso, ter sido possível realizar o negócio. Foi gratificante”, conta.

E reforça: “A honestidade é mesmo fundamental. Há pessoas que nos procuram, porque têm necessidade de vender. O que estão a fazer é a pedirem-nos ajuda e têm de confiar em nós. Já me aconteceu”!

Mas, a questão da honestidade e da transparência põe-se também com a empresa “com a qual, sublinha, devemos ter um comportamento ético e responsável. Ao acolher-nos, a DS, neste caso, mostrou confiança na nossa integridade e fez de nós seus embaixadores no mercado, transportando a sua cultura e valores”.

Persistência e resiliência são dois outros atributos inerentes ao perfil do mediador imobiliário. Como explica Rosário Magalhães, um negócio tem muitas nuances e, mesmo quando tudo parece estar bem encaminhado, há coisas que um mediador não controla e que podem acontecer: desistência de uma das partes, não obtenção de crédito, mudança de ideias do lado do vendedor ou comprador, por exemplo.

“Quando estamos a começar na atividade e perdemos um negócio que estava prestes a realizar-se, temos a sensação que o mundo desabou. Mas não é nada de anormal. Precisamos é ganhar resistência, endurance, e, em breve, perceberemos que, a esse negócio perdido, se seguirão dois ou três ganhos”.

Igual comportamento é necessário ter face à resolução de situações burocráticas que obstam, muitas vezes, à concretização de negócios em tempo útil ou razoável.

O mercado em Amarante

Na sua atividade de consultora imobiliária, Rosário Magalhães não tem apenas Amarante como mercado. Faz angariações e promove negócios onde considera oportuno, mas é o mercado da Princesa do Tâmega que conhece melhor. E, aqui, a sua constatação é a de que há uma notória escassez de oferta face à procura, gapque, em sua opinião, tenderá a aumentar a curto prazo.

Atualmente regista-se, em Amarante, um aumento considerável da procura de casas ou propriedades por parte de estrangeiros. Fazem-no, considera a nossa entrevistada, pela centralidade do concelho, com proximidade à cidade do Porto, ao aeroporto e ao Douro vinhateiro, e porque Amarante oferece cultura, entretenimento e qualidade de vida.

A maioria, já com uma certa idade, nota Rosário Magalhães, quer morar em zonas rurais, uma tendência que se acentuou com a pandemia, sendo, por exemplo, grande a procura por habitações junto ao rio, já muito escassas. Na cidade, a incidência é em apartamentos, sendo, também, muito superior à oferta. “Pode dizer-se que o que aparece vende-se, desde que o preço seja ajustado”, afirma Rosário.

Uma “tipa fixe”

Profissional de referência na consultoria imobiliária em Amarante, quem é, em termos pessoais, Rosário Magalhães?

“É uma tipa fixe. Tenho-me como uma pessoa simples e serena. A procura sobre quem sou, o meu ato-conhecimento, vai-me permitindo, no dia a dia, saber aquilo de que sou capaz, o que quero, o que devo ou não devo fazer”.

Os seus tempos livres, Rosário passa-os consigo mesma, com a família, amigos e com as suas duas gatas, que resgatou da rua. “Tenho uma paixão enorme por animais e anseio ter uma quinta onde os possa criar em liberdade. Contribuo, frequentemente, com donativos para associações que cuidam de animais e ando sempre com um saco de ração na mala do carro para alimentar cães abandonados que encontro a vaguear pelas ruas”.

Gosta de cinema e de ler. Como referência tem “A insustentável leveza do ser”, de Milan Kundera, um livro que leu há mais de 15 anos e quer reler. O ginásio é, ao final da tarde, quatro vezes por semana, a sua casa. Pratica musculação há 20 anos, porque a modalidade lhe transmite força e poder. E renova-a. “Na musculação, o que eu gosto mesmo é de puxar ferro”, ri-se.

Alinhada com os novos tempos, Rosário diz-se muito preocupada com as questões ambientais – “assusta-me pensar que, um dia, poderemos não ter água para questões tão básicas como cozinhar “-, e continua a questionar-se, todos os dias, sobre quem é. 

De momento, procura na programação neurolinguística aprofundar o seu auto-conhecimento, que, durante cinco anos, lhe chegou com a prática de yoga. “Mais que o bem-estar físico, no yoga procurei o equilíbrio, a tranquilidade e a meditação. E aprendi a controlar a ansiedade e o stress”.

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