A ADESCO – Associação para o Desenvolvimento Comunitário quer instalar um Centro de Dia no edifício do cais da estação de Gatão, na antiga Linha do Vale do Tâmega, negociando com o Município de Amarante a gestão daquele espaço, bem como do edifício principal, ambos restaurados em 2012.
Luís Coelho, Presidente da ADESCO, disse a AMARANTE MAGAZINE que o assunto foi já abordado, informalmente, com responsáveis autárquicos e que gostaria que o objetivo daquela Associação pudesse concretizar-se a curto prazo.
Os edifícios da antiga estação de Gatão nunca tiveram qualquer ocupação após as obras de recuperação. Fechados há oito anos, o seu interior apresenta já evidentes sinais de degradação, sobretudo ao nível das madeiras, um material profusamente usado no projeto de restauro.
Uma primeira tentativa para dar utilização aos edifícios da estação de Gatão aconteceu em 2018, quando a Câmara de Amarante celebrou com a Associação Cultural e Recreativa de Gatão um contrato de comodato que previa a abertura dos espaços para apoio aos utilizadores da Ecopista do Vale do Tâmega (que utiliza o canal da antiga linha ferroviária) e exposição e venda de produtos locais.
Porém, alguns meses depois, a mudança de Direção daquela coletividade viria a resultar no incumprimento do contrato que, todavia, até hoje, não terá sido, formalmente, denunciado.
ADESCO presta apoio domiciliário a 80 idosos
A ADESCO tem sede em Amarante, mas estende a sua atividade também a Vila Real e Marco de Canaveses, prestando apoio domiciliário a 80 idosos. Aquele apoio consta de serviço de refeições, higiene pessoal, lavagem de roupa e compra de medicamentos, para além de limpeza das habitações.
Em Amarante, a ADESCO tem um jardim de infância frequentado por 20 crianças e um ATL (Ateliê de Tempos Livres) que apoia 40 crianças em horário pós-escolar. Em Marco de Canaveses, são também 40 as crianças que frequentam o ATL local. Na sua Sede, a associação faz atendimento social.
Para além da criação do Centro de Dia na antiga estação de Gatão, Luís Coelho afirma que a ADESCO está disponível para assumir a gestão dos espaços concebidos para apoio aos utilizadores da Ecopista, designadamente o bar. O Presidente da ADESCO acha, porém, “que é possível prestar outros serviços, como guarda e manutenção de bicicletas e, na vertente turística, criar um ponto de venda de produtos locais que incluiria artesanato e vinho de Gatão (à caixa), muito procurado e com forte expressão na economia da freguesia”. Esta vertente poderia funcionar como fonte de receita para a instituição, acredita aquele responsável.
A recuperação dos edifícios da estação de Gatão resultou de um protocolo celebrado em 2007 entre a REFER e o Município de Amarante, através do qual foi estabelecida a “concessão de utilização dos edifícios e logradouros das estações de Gatão e da Chapa”. Nesta última, não chegou a ser feita qualquer intervenção, pelo facto de o seu edifício principal estar arrendado para habitação.
A Linha do Tâmega, recorde-se, encerrou em 1990 no troço entre Amarante e Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), mantendo-se em funcionamento apenas o troco Livração-Amarante, que também viria a encerrar em março de 2009.
