Amarante: União de Freguesias edita revista

O princípio de que "Cultura só se diz no plural" reflete-se nos conteúdos da revista "União", editada pela UF de Amarante.

Chama-se “União” e tem como pano de fundo a “equidade”. Ao logo de 132 páginas, a publicação mostra algumas das mais relevantes iniciativas a que a autarquia meteu mãos desde 2013, quando a reforma administrativa então implementada juntou Amarante (S. Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão, onde vivem quase 12 mil pessoas.

A UNIÃO DE FREGESIAS (UF) de Amarante (S. Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão acaba de editar a revista UNIÃO, que destaca algumas das realizações levadas a cabo pela autarquia nos últimos anos, designadamente na área cultural.

Na publicação, Joaquim Pinheiro, Presidente da Junta da União de Freguesias, dirige-se aos fregueses, escrevendo que “por diversas razões, é tempo de uma pequena reflexão sobre o trabalho desenvolvido, sobre as nossas lutas, as nossas conquistas e também as nossas ‘frustrações´. Durante estes oito anos, conseguimos concretizar muitos do nossos objetivos, colocámos em marcha o nosso programa eleitoral, sempre com o olhar fixo na nossa meta – as pessoas e a equidade”.

A equidade, segundo o autarca, terá sido, de facto a principal preocupação com que o seu Executivo iniciou a governação em 2013, perante uma realidade completamente nova, saída da Reforma Administrativa que criou as uniões de freguesias. Relevar as diferenças das antigas freguesias, tratando-as por igual na satisfação das necessidades de cada uma foi, assim, o princípio definido. 

Joaquim Pinheiro reconhece a satisfação pelo trabalho realizado, mas, não obstante, escreve que “não podemos esquecer ou ocultar um conjunto de adversidades, preocupações e incertezas que teimosa e persistentemente nos acompanharam. Foram oito anos repletos de situações que constituíram verdadeiras ‘provas de fogo’! Mas, a vida é mesmo assim, não é simples, por vezes exige mais do que aquilo que dá, apresenta obstáculos, contrariedades e dificuldades; o importante é que tudo isto nos ajude a crescer e não nos desencoraje. Considero, convictamente, que a vida não tem coisas más; pelo contrário, a vida tem coisas boas e tem desafios”. 

E, reconhecendo que “liderar uma União de Freguesias desta dimensão, com o grau de exigência que é requerido, a complexidade de problemas que surgem quase diariamente é uma tarefa extenuante e muitas vezes incompreendida”, escreve, citando Pierre de Coubertin: “O que importa na vida não é tanto o triunfo, mas o combate; o essencial não é ter vencido, é ter lutado bem.”

Dos dois mandatos de Joaquim Pinheiro à frente da União de Freguesias de Amarante fica a memória da relevância que a UF sempre deu à Cultura e Educação, patente no Prémio de Literatura Infantojuvenil Ilídio Sardoeira, aberto a todo o espaço lusófono; na Festa do Livro, iniciada logo em 2014, ou no Prémio Nacional de Fotografia Ilustre Amarantino, feito em parceria a com a Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto.

Relevantes foram, igualmente, os eventos que associou a cada uma das antigas freguesias, segundo o principio de que “Cultura só se diz no plural”, defendendo e promovendo a identidade e as idiossincrasias locais e apoiando as suas coletividades. 

Ao finalizar o seu segundo mandato, Joaquim Pinheiro anuncia a decisão de construção do Centro Escolar que vai servir as freguesias de Lomba, Cepelos e Salvador e que será frequentado por mais de uma centena de alunos daquelas freguesias. António Cardoso, Professor jubilado da Universidade do Porto e Diretor do Museu Amadeo de Souza-Cardoso será patrono daquela escola.

Joaquim Pinheiro não se recandidata

A UF de Amarante (S. Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão ocupa um território de 15,21 quilómetros quadrados, onde vivem 11 840 pessoas. o seu Orçamento para 2021 é de 465 000 euros, 25 por cento dos quais são dedicados à Cultura e Educação, o que não deixa de impressionar, sabendo-se que 47 por cento são destinados a despesas com pessoal, cobrindo vencimentos de funcionários das equipas com funções em cada uma das antigas freguesias.

Joaquim Pinheiro não vai recandidatar-se a um novo mandato. Professor do ensino básico, aos 55 anos põe fim a 30 de funções autárquicas e a um longo percurso de intervenção cívica, que construiu paralelamente a uma ligação muito forte à Igreja Católica, onde começou por ser catequista e integrou vários movimentos de jovens e grupos de oração. 

Em dezembro do ano passado, foi ordenado Diácono pelo Bispo do Porto, D. Manuel Linda, sendo sua intenção viver intensamente as suas novas funções na Igreja, a partir do próximo mês de outubro.

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