Casa da Granja expõe João de Vasconcellos

Numa organização da Associação para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, é inaugurada a 7 de março, pelas 16:00, na Casa da Granja, a exposição “João de Vasconcellos, Homenagem Póstuma”. Constituída por óleos, aguarelas e colagens, a mostra poderá ser vista até 30 de abril.

João de Vasconcellos, sobrinho e afilhado do poeta Teixeira de Pascoaes, nasceu em 23 de setembro de 1925 na Casa de Pascoaes, em São João de Gatão, Amarante. É Filho de João Teixeira de Vasconcellos, que viveu longos anos em África, e foi um afamado caçador de elefantes.

Começou a pintar muito novo, tornando-se grande amigo do pintor D´Assumpção, frequentando juntos a Galeria Alvarez, no Porto. Em jovem foi ginasta e esteve selecionado para as Olimpíadas em 1952, tendo frequentado vários anos o Sport Club do Porto.

Veio-lhe depois a paixão pelos automóveis de corrida, tendo entrado em muitas competições. Está representado em várias coleções, tanto em Portugal como no estrangeiro: França, Alemanha, Bélgica, e Holanda. Fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa.

Fez  múltiplas exposições, individuais e coletivas, de que se destacam: 1964 – Galeria Alvarez; 1965 – Galeria Divulgação; 1967 – Cooperativa Árvore; 1968 – Galeria Alvarez com Justino Alves; 1968 – Amarante – Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso; 1969 – Homenagem ao pintor Amadeo de Souza-Cardoso; 1971 – Galeria D; 1972 – Galeria Ottolíni; 1973 – Galeria Ottolíni; 1974 – Galeria Ottolíni; 1978 – Nordeste Transmontano; 1978 – Museu de Amarante; 1978 – Museu de Francisco Tavares Proença Júnior em Castelo Branco; 1979 – Junta de Turismo da Costa do Estoril; 1979 – Galeria S. Francisco; 1980 – Galeria S. Francisco; 1982 – Galeria S. Mamede. Morreu em junho de 1983.

A Casa da Granja

A Casa da Granja (v. imagens em cima) situa-se na antiga freguesia de S. Veríssimo (hoje integrada na de S. Gonçalo), ficando a cerca de dois quilómetros do centro da cidade de Amarante. A sua construção é de data incerta, estando a capela referenciada como tendo sido feita em 1685, conforme inscrição nela existente.

A casa primitiva terá sofrido profunda remodelação na primeira metade do século XIX, voltando a ser intervencionada em 1915 pelo seu então proprietário, José Emídio de Souza-Cardoso, da Casa de Manhufe, que pretendia fazê-la habitação de seu filho, Amadeo de Souza-Cardoso.

Como a Casa da Granja lhe era destinada, Amadeo chegou mesmo a fazer um desenho a nanquim alusivo aquela reconstrução. O desenho era constituído por uma cartela encimada por uma cabeça de canídeo, de perfil, em atitude rompante, ao gosto dos seus “XX DESSINS”, editados em 1912, em Paris.

Amadeo de Souza-Cardoso morreu em 1918 e nunca chegaria a habitar a Casa da Granja que, hoje, é sede da Associação Para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto, sendo, também, um importante pólo cultural, com atividades que envolvem a música, as artes plásticas ou a fotografia.

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