Paolo Pellegrin no f/est Amarante com “As I Was Dying”

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Há novidades para o f/est Amarante, II Bienal de Fotografia, que se realiza entre 27 e 29 de maio, sob o tema “Refotografar”. Depois de assegurada a exposição “Magnum Photos 75 years”, Paolo Pellegrin traz “As I Was Dying”. As “Bravas do Marão” regressam a Amarante (depois de expostas na Gulbenkian) para serem vistas nos claustros do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.

A segunda edição do f/est Amarante – Festival Internacional de Fotografia, que se realiza entre 27 e 29 de maio sob o tema “Refotografar”, incluiu novidades na sua programação.

Depois da anunciada exposição “Magnum Photos 75 years”, é agora divulgada a estreia em Portugal de “As I Was Dying” de Paolo Pellegrin. Nesta mostra, o multipremiado fotojornalista italiano (Magnum Photos) vai expor trabalhos fotográficos globais e desconcertantes, feitos em zonas de guerra e conflito (Líbano, Sudão, Gaza, Libéria, Iraque, Palestina, entre outros).

No seu trabalho, Paolo Pellegrin apela à memória coletiva e ao sentido de coresponsabilidade inerente ao ato de reportar situações de fragilidade humana: “É neste espaço, muito delicado e frágil que rodeia a morte, o espaço que por vezes tenho tanto o privilégio como o fardo de entrar, que existe a possibilidade de um encontro com o outro de uma forma que vai além das palavras, da cultura e das diferenças. Trata-se de estarmos expostos, por um momento, à frente um do outro e em frente ao ato e ao mistério da morte. Naquele momento sinto que estou a olhar para algo que não consigo ver completamente, mas que está a olhar para mim. É nesta troca que se pode encontrar algo simultaneamente universal e profundamente íntimo; na morte do outro há uma perda que pertence a todos.”

“As I Was Dying” inaugura a 28 de maio, às 18h00, no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, e vai contar com a presença da diretora global de exposições da Magnum Photos, Andréa Holzherr. Para visitar até 28 de Agosto.

Outra das novidades na programação do f/est Amarante é a presença da artista performativa Agata Kay, protagonista do livroAgata”da talentosa fotógrafa Bieke Depoorter (Magnum Photos), numa conferência que se realiza dia 29 de maio, às 15h00, no claustro do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.

No dia 28, às 16h00, terá lugar uma conversa sobre fotografia e conflito, com a presença da fotojornalista Violeta Moura (distinguida em 2017 pela revista Time como uma das 34 fotojornalistas cujo trabalho deve ser seguido; Reuters; National Geografic), da ativista Carolina Pereira (fundadora do movimento ONU Mulheres HeForShe Portugal), e da psicóloga Ângela Maia (investigadora na área do trauma na Comissão Científica do Centro de Recursos do Stress em contexto Militar – Ministério da Defesa), com moderação de Ricardo Alexandre (diretor adjunto da TSF dedicado a questões de política internacional e autor de inúmeras publicações sobre zonas de conflito).

A outra conversa, dia 29 às 16h30, será sobre fotografia e influência nas redes sociais com a presença do fotógrafo André Brito (projecto Nudes Fine Art), e da diretora criativa Tânia Sousa (design na Fashion Clinic, autora do blog Dioespirro), com moderação de Diogo Queirós de Andrade (Observador, Público, especializado no cruzamento entre tecnologia, cultura e poder).

Depois de, em 2021, termos feito uma primeira abordagem ao conceito deste festival, com aquela que designamos de edição zero, surge agora a primeira edição do f/est Amarante, que vem marcar o panorama cultural de Amarante, atribuindo à área da fotografia uma clara dimensão internacional – como, aliás, se demonstra pela escolha da Magnum para iniciar aqui as comemorações mundiais do 75.º Aniversário, o que muito nos honra”, afirma José Luís Gaspar, presidente da Câmara de Amarante, citado pelos serviços de imprensa do Município..

“Magnum Photos 75 years” poderá ser vista pelas ruas de Amarante, em formato digital (através da leitura de QRCode) e em papel, até 31 de agosto.

“Bravas do Marão” regressam a Amarante

Mas há mais. Depois de uma temporada na Fundação Calouste Gulbenkian, “As Bravas” de Paulo Pimenta, a partir de um projeto PELE, regressam a casa. As fotografias das mulheres do Marão, “figuras mitológicas vivas, arquétipos da natureza na sua forma mais bela e mais crua”, poderão ser vista nos Claustros do Mosteiro de São Gonçalo, entre 27 de maio e 30 de junho. No mesmo período, a Fábrica do Matias acolhe “Remapear as margens: hipsografia do centro”, com trabalhos de um coletivo de fotógrafos do IPCI – Instituto de Produção Cultural e Imagem.

Ao longo de três dias, 27 a 29 de maio, Amarante vai respirar fotografia com um programa eclético e abrangente, pensado para todas as idades e interesses. Pelas ruas haverá ainda oportunidade para uma foto À-La-Minute, com Afghan Box e Wonderbox; Oficinas de Jogos Visuais, para o público infanto-juvenil; e workshops.

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