Carmen Chaplin, Benjamim e curtas rodadas em Baião marcaram o festival dedicado ao cinema e à literatura infantojuvenil
A Câmara Municipal de Baião anunciou que mais de um milhar de pessoas participaram no JUVE – Encontros do Cinema e da Literatura Infantojuvenil, que teve lugar no Auditório Municipal de Baião, “somando-se a centenas de alunos dos três agrupamentos de escolas do concelho, que receberam a visita do festival com as respetivas atividades pedagógicas”.
O programa, de acordo com a autarquia, voltou a cruzar cinema, literatura, música e formação artística, aproximando criadores, estudantes e público em geral.
Com curadoria de Rui Tendinha e madrinha Sónia Balacó, a edição de 2025 destacou-se pela diversidade de propostas e pela proximidade entre criadores e público. O evento homenageou Carmen Chaplin, neta do lendário Charles Chaplin, que esteve em Baião para participar numa conversa sobre o legado humanista do avô, seguida da projeção da cópia restaurada em 4K de “A Quimera do Ouro” (1925).
Entre os momentos mais marcantes da programação, assinala a Câma Municipal de Baião, estiveram ainda a estreia da curta “O Protótipo”, realizada por Nuno Rocha com a participação de alunos das escolas de Baião, e a sessão “Baião: Destino Cinematográfico”, que exibiu curtas rodadas no concelho, como “Meia Dúzia de Hábitos”, “O Menino de Baião”, “Chama (work in progress)” e o documentário “O Voo de Monteiro – A Vida e o Legado de Luís Monteiro”, de Paulo Ferreira.
Este último filme presta homenagem a Luís Monteiro, investigador baionense cuja paixão pela natureza o levou à descoberta de uma nova espécie de ave marinha dos Açores — o Painho-de-Monteiro —, reforçando a dimensão humana e identitária que o JUVE quis também celebrar.
O festival encerrou com o cineconcerto de Benjamim, que interpretou ao vivo curtas clássicas do cinema mudo, num diálogo entre som, imagem e emoção que encheu o Auditório Municipal.
A dimensão formativa manteve-se como um dos eixos centrais do JUVE, com destaque para a Masterclass de Atores, orientada por Paula Magalhães, e para as atividades desenvolvidas nas escolas do concelho, onde os alunos tiveram contacto direto com o processo criativo no cinema, através de workshops conduzidos por Luísa Sequeira, Sama e Tota Alves ou Sónia Balacó.
“O JUVE 2025 confirmou-se como um projeto de grande valor cultural e educativo, que reforça a estratégia deste executivo de levar a cultura a todos os públicos e de valorizar o cinema como forma de conhecimento e de expressão”, sublinha Anabela Cardoso, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Baião.
“A presença de artistas e realizadores reconhecidos, aliada à participação ativa das escolas e do público, mostra que Baião está cada vez mais no mapa dos eventos culturais de referência”, acrescenta.
Para Rui Tendinha, curador do festival, o balanço é igualmente positivo: “É notável ver um município do interior, como Baião, a apostar com tanta consistência na cultura e no cinema. Esta edição registou um espantoso aumento de público, o que mostra que a descentralização cultural é possível e necessária e que quem mais ganha com isso é o público. As curtas rodadas em Baião são o melhor exemplo dessa aposta continuada e inspiradora”.
