Fernando Barros e Joana Antunes expõem em Resende

Stories of love III Acts - mix media canvas (Joana Antunes, 2020).

Fernando Barros escolheu o castanho e o eucalipto para esculpir as suas figuras. Joana expressa-se com mestria nas telas. Até 22 de maio, mostram os seus trabalhos no Museu Municipal de Resende.

FERNANDO BARROS e JOANA ANTUNES conhecem-se há vários anos, admiram o trabalho um do outro, mas nunca expuseram juntos. Aconteceu agora, no Museu Municipal de Resende onde mostram o que mais gostam de fazer. Ele, 15 esculturas esculpidas em madeira; ela, 14 telas em que usou técnica mista (acrílico, carvão ou lápis).

Fernando Barros, 70 anos, expõe desde 2006, tendo participado já em 130 mostras, entre individuais ou coletivas. Tem obras espalhadas por vários espaços. Ao todo, no momento, tem “70 peças fora”, 45 das quais na Universidade de Aveiro.

A Bienal de Arte de Vila Nova de Gaia é, para Fernando Barros, uma referência. Na última edição, cruzou-se ali com Joana Antunes que vira uma obra sua selecionada para exposição. “A Joana consegue falar com os pincéis”, diz dela, augurando-lhe um caminho seguro na arte.

Joana, hoje com 43 anos, fez a sua primeira exposição quando tinha dezasseis. Frequentava o ensino secundário na área das artes e decidiu que era a altura de mostrar o que (já) conseguia fazer. Aconteceu na Doçaria Mário, onde haveria de voltar outras vezes, fosse para mostrar novos trabalhos ou porque ali também é a sua casa.

Fernando Barros diz ter vindo, paulatinamente, a consolidar o seu percurso, sendo de múltiplas proveniências os convites que vai recebendo para mostrar os seus trabalhos, cuja matéria-prima ele encontra no castanho e no eucalipto. Mais este que o primeiro, que ele gosta de trabalhar em verde. É quando a motosserra melhor entra, explicou.

Resende é um regresso. A primeira vez que ali mostrou as suas criações foi em 2011, com “Memórias”, expondo trabalhos que remetiam para profissões e saberes antigos: o amulador de facas, o moleiro, o azeiteiro, a sardinheira, o vendedor de queijos frescos, a tecedeira, a fiandeira ou o alfaiate.

“A arte é uma dança com nós mesmos”, disse Joana, há um ano (AQUI), a AMARANTE MAGAZINE. A artista ainda não consegue viver do que cria, mas é esse o objetivo que persegue. E sente os sinais.

A procura crescente pelos seus trabalhos, acredita, deve-se, em boa parte, a uma maior disponibilidade para os promover, o que tem feito, sobretudo, através da sua conta no Instagram. Foi aí, de resto, que uma curadora italiana a descobriu e a convidou para expor em duas coletivas, numa galeria do centro de Roma.

A exposição de Fernando Barros e Joana Antunes chama-se “Diáspora” e pode ser vista até 22 de maio..

CONTINUAR A LER

Deixe um Comentário

Pode Também Gostar