_Investimento ascende a 2,5 milhões de euros!
A PROGREDIR _ Associação para o Desenvolvimento Rural do Marão Ocidental tem em desenvolvimento um equipamento de Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário, que irá acolher 30 utentes em regime de residência; 15 em centro de dia e capacidade para prestação de cuidados domiciliários a outros 30.
O edifício está a ser construído no lugar de Revilhães, Candemil, num terreno com a área total de 5 800 metros quadrados, e distribui-se por dois pisos, ocupando, ambos, uma área total de 1897 metros quadrados. A conclusão da obra está prevista para maio de 2025, pelo que aquela unidade poderá entrar em funcionamento já no próximo verão.
Com custos orçamentados em 2,5 milhões de euros, valor que inclui a aquisição de mobiliário e equipamentos, a edificação do Lar da PROGREDIR é apoiada pela Segurança Social, que comparticipa o investimento com 1,128 milhões. O valor restante será coberto por um empréstimo bancário (1milhão de euros), fundos próprios da Associação (250 mil euros) e 120 mil euros prometidos pelo Município.
O Centro de Dia do edifício será composto por sala de estar, sala de refeições, um cabeleireiro/pédicure, duas salas de descanso, duas salas de atividades, instalações sanitárias e banho de ajuda.
O serviço de Centro de Dia e de Lar partilharão alguns espaços com é o caso das áreas de estar e de refeições, bem como os espaços destinados a banho de ajuda. A área de Lar engloba uma estrutura de 6 quartos individuais e de 12 quartos duplos (30 utentes no total).
Vocacionado para servir, fundamentalmente, a população da zona ocidental da serra do Marão – que inclui as freguesias de Ansiães, Candemil, Bustelo e Várzea, todas do concelho de Amarante -, o futuro Lar deverá ter um quadro de pessoal a rondar os 30 colaboradores, entre direção técnica, elementos do serviço social e geriatria, da área da saúde, pessoal auxiliar e administrativo.
Arménio Miranda, presidente da Direção da PROGREDIR, releva a importância da construção do equipamento, ”atendendo ao nível de envelhecimento da população do Marão, agravado pela desertificação das aldeias da serra, em consequência de sucessivas levas de emigrantes que, apenas em agosto, regressam para uns dias de férias”.
E acrescenta: “Sem retaguarda familiar, os mais velhos ficam dependentes de ajuda institucional. Neste momento, a PROGREDIR faz, já, apoio domiciliário a 30 idosos, a quem leva refeições, lava roupa, limpa a residência e cuida da sua higiene pessoal”.
Não obstante reconhecer a grande relevância, para a região, do equipamento em construção, Arménio Miranda não deixa de sublinhar o desafio que será a sua sustentabilidade, até porque, considera, a generalidade dos idosos aufere pensões de reforma muito baixas, por terem tido profissões associadas a trabalhos rurais ou na floresta ou, ainda, por ao longo da vida terem desempenhado atividades informais, sem descontos para a Segurança Social.
PROGREDIR muda foco para IPSS
A PROGREDIR foi fundada em julho de 1995, muito focada na dinamização sociocultural e das economias das quatro freguesias que definiu como seu território de abrangência, onde vivem, atualmente, menos de quatro mil pessoas. O pressuposto era o de que “puxar” pelos idiossincrasias, identidades, pelos saberes e pelas culturas locais poderia obstar à partida dos residentes e, mesmo, ao regresso de alguns dos que haviam abalado.
Simbólico foi o seu nascimento, que se fez com uma apropriada matança do porco, ato que atraiu muitos forasteiros, citadinos “marinheiros de primeira água” ou tomados por reminiscências que, vindos ao Marão, era natural que comprassem os seus produtos (fumeiro, mel, artesanato, animais e produtos do campo, da serra…), que adotassem a paisagem, que participassem em roteiros e visitas, que aqui investissem, adquirissem casa ou criassem emprego.
“No início tomaram-se algumas iniciativas, mais para a fixação das pessoas, criação de emprego”, reconhece Maria Pereira de Morais, primeira presidente da PROGREDIR, conhecida na serra por “Lurdinhas, a Professora de todos”, citada em livro homónimo (2018), escrito por Eduarda Feitas.
“Fizeram-se algumas coisas (…), criação de animais para vender, que iam essencialmente para o Porto, como frangos, coelhos e fumeiro…”, acrescenta Lurdinhas, que, em breve, concluiria pela necessidade de a PROGREDIR mudar de foco, centrando-se na assistência aos doentes e aos mais idosos.
O objetivo passou, então, a ser transformar a associação numa IPSS, o que viria a ser conseguido em 2006, ano em que teve início, formalmente, a prestação de apoio domiciliário aos moradores da serra que dele necessitavam. E, logo aí, começou a germinar a ideia da construção de um Lar, alimentada com a doação, em 2008, de terreno para o efeito.
Com instalações em Candemil, cedidas pela Paróquia, onde tem sede e trabalham, atualmente, os cinco funcionários afetos ao apoio domiciliário, a PROGREDIR mudar-se-á no próximo ano para Revilhães, onde está a ser construída a sua nova casa.
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