Ana Rita: na Banda Musical de Várzea há 16 anos

Não há registo sobre quantos jovens a escola da Associação Musical de Várzea despertou e formou para a música. Mas são muitos os que ali fizeram os estudos iniciais para integrar a banda, evoluindo, depois, para o Conservatório ou seguindo outras vias na área. Rita foi uma das suas primeiras alunas. Hoje, é professora de música e toca flauta transversal.

Ana Rita Rego Miranda tem 27 anos e é Mestre em música pela Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico do Porto, habilitada para a docência no 1º e 2º ciclos. É professora no Projeto EducArte, desenvolvido pelo Centro Cultural de Amarante, que leva o ensino da dança e da música aos jardins de infância do concelho, e dá aulas de música em Classe de Conjunto.

A música é uma das paixões de Rita, mas a sua paixão maior, reconhece, é o canto, disciplina que gostava de ter desenvolvido, mas, com tristeza, admite nunca ter tido essa possibilidade. Na ESE do Instituto Politécnico de Bragança, onde fez a licenciatura em música, integrou o coro SerClave, que fez digressões por todo o país, Madeira e Açores incluídos. Em Amarante, fez parte, como soprano, do Coro Polifónico, que tem no seu currículo um concerto com a Orquestra do Norte.

O gosto pelo canto e pela música foi-lhe incutido pelo pai, José Miranda, que, quando em 2003, fundou a Banda Musical de Várzea, viu aí a possibilidade de concretizar o seu sonho de muitos anos: ter uma filha trompetista. No primeiro ano, Rita apenas estudou solfejo (“até porque a banda não tinha dinheiro para comprar instrumentos”, diz), mas, em breve, então com 12 anos, já estudava trompete. E surgiram os primeiros concertos, “feitos de t-shirt, ainda sem farda, mergulhando, assim, no mundo mágico que é a música”, recorda Rita, de olhos a brilhar.

Quem sai aos seus…

“Comecei por tocar trompete por sugestão do meu pai, mas fui pesquisando outros instrumentos, que via em revistas, e apaixonei-me pela flauta transversal: pelo som, que já conhecia de assistir a concertos da Banda Musical de Amarante, onde o meu pai tocou, mas também pela estética”, recorda Rita, que não viria a concretizar o sonho do pai. Aos 18 anos, trocou o trompete pela flauta transversal: “como tinha a base musical, decidi aplicá-la no meu novo instrumento e correu muito bem”, afirma.

Como muitos jovens da sua idade que nasceram em Várzea, Rita já não mora ali. Reconhece que a emigração tem tirado executantes à banda e, perguntada a sua opinião sobre o futuro da filarmónica, hesita e diz: “boa pergunta”. Para, logo de seguida, acrescentar: “estou otimista. A escola de música tem, agora, mais alunos do que há uns anos atrás e isso é um bom indício”.

Por ela, a Banda Musical de Várzea continuará pujante por muitos e longos anos, fazendo questão de marcar presença em todas as suas atuações. Mesmo que, pontualmente, colabore com a Banda Musical de Amarante. “Nas bandas filarmónicas do concelho, temos muito o conceito de primeira e segunda banda. Existe a banda onde nos formámos musicalmente e uma segunda banda onde tocamos quando a nossa banda de origem não tem concertos”, explica.

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