Amarantina Diana Queirós nomeada para o Festival de Cannes

"Chegar a Cannes é a cereja no topo do bolo", disse Diana Queiros a AMARANTE MAGAZINE.

Em 2013, Diana Queirós decidiu sair da sua zona de conforto, em Portugal, e rumou à Dinamarca, à procura de formação avançada em som. Oito anos depois “Frie Maend”, o filme cujo som dirigiu, está nomeado para Festival de Cannes.

O Festival de Cannes, que decorre até ao próximo dia 17, tem a concurso, na categoria de Cinéfondation, o filme “Frie Maend” (“Homens livres”), realizado por Óskar Kristinn Vignisson e cujo som foi integralmente construído pela amarantina Diana Queirós.

Natural de Cepelos, Diana é Designer de Som, tem 29 anos e vive há oito na Dinamarca, para onde foi estudar, depois de concluída, em 2013, a licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia, na Escola Superior de Belas Artes da Universidade do Porto.

Com grande vontade em aprofundar conhecimentos na área do som e poucas perspectivas de o conseguir em Portugal, Diana candidatou-se, então, à frequência de uma pós-graduação no Sonic College, no sul da Dinamarca, sendo admitida.

“Inicialmente, tinha pensado em ir viver meio ano para Copenhaga, para estudar dinamarquês e, posteriormente, candidatar-me. Porém, quando me informaram que, excecionalmente, naquele ano, o curso seria lecionado em inglês, concorri e fui admitida. Foi uma coincidência feliz”, disse Diana a AMARANTE MAGAZINE.

Depois de concluída a pós-graduação, e já a morar em Copenhaga, seguiu-se um estágio, dividido entre a Dinamarca e a Finlândia, com participação em vários filmes (a sua filmografia pode ser conhecida aqui).

Fruto do seu trabalho durante o estágio, Diana foi contratada pela Mainstream ApS, um estúdio de pós-produção de som para cinema, tendo feito, algum tempo depois, uma candidatura à Escola Nacional de Cinema da Dinamarca que, a cada dois anos, admite apenas seis alunos.

Diana foi selecionada, tendo concluído, em junho, o Mestrado em Design de Som. “Homens Livres” é o trabalho final de curso, tendo sido responsável pelo som, em todas as fases de construção do filme (filmagens, pós-produção e mistura), uma curta metragem de 30 minutos.

“É a primeira vez em 18 anos que um filme da escola é selecionado para o Festival de Cannes”, disse, orgulhosa, Diana Queirós a AMARANTE MAGAZINE. Depois da formação adquirida na Escola Nacional de Cinema da Dinamarca – onde também fez o som de um documentário – , Diana está habilitada a dirigir o Departamento de Som de qualquer filme. Na sua página do Facebook escreveu, recentemente: “Os meus dois filmes de graduação podem, agora, ser vistos e ouvidos na DR (Danish Radio, televisão dinamarquesa) durante um mês. Lembrem-se de bons altifalantes ou auscultadores (…)”.

Depois da procura incessante por formação, para Diana, chegar a Cannes “é a cereja no topo do bolo” confessou. Define-se como uma “pessoa humilde”, apostada em continuar a trabalhar, fazendo aquilo de que realmente gosta e, como refere, “saboreando estas pequenas vitórias”, que conseguiu ao ousar ter saído da sua zona de conforto, em Portugal.

A Amarante, vem duas vezes por ano, no Natal e no verão e, no futuro, gostaria de trabalhar com realizadores portugueses, embora a sua carreira como Designer de Som continue a passar pelo estrangeiro.

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