Lu Araújo: “É pouco provável que haja MIMO em Amarante em 2022”

Lú Araújo (Foto de André Henriques).

“Queridos, depois de muito isolamento acabei dando à luz outro MIMO. Agora, um festival de artes performáticas: o MIMO para Crianças! Dedicado à criança que habita em nós e a todos os curiosos, cheios de ideias e com um parafuso a mais. Vai ser lindo!!!! Música. Circo. Teatro. Oficinas. Performances. E muito mais”.

Foi assim que Lu Araújo anunciou, recentemente, na sua página no Facebook, a criação do MIMO para crianças, uma variante do MIMO para adultos, e que terá como foco não o património, mas as artes performativas: o circo, o teatro, a música, mas também a literatura. 

“Muito do público do MIMO casou e agora tem filhos. Vamos também criar eventos para eles”, disse Lu Araújo a AMARANTE MAGAZINE, confirmando que tem já agendados festivais em “quatro lugares diferentes da cidade do Rio de Janeiro, fora do centro e da chamada Zona Sul”.

Tal como o acontece com o MIMO para adultos, Lu afirma que o MIMO para crianças pode ser replicado fora do Brasil, podendo, hipoteticamente, ser realizado em Amarante. Aquela produtora descarta, contudo, esta hipótese e afirma que “é pouco provável que, em Amarante, haja, sequer, MIMO em 2022”.

Em causa está o diferendo que opõe Lu Araújo à Câmara Municipal que, disse, “mesmo tendo sido condenada em tribunal, por duas vezes, continua a não cumprir as sentenças”.

Na base do diferendo está, conforme AMARANTE MAGAZINE (AM) noticiou em agosto de 2020 (AQUI), o pedido de Lu Araújo para que o Município suportasse metade do valor do contrato, na sequência do cancelamento do festival daquele ano. 

Esta situação estará prevista na Lei 19/2020, que altera o Dec-Lei 10-I/2020, e que, no âmbito do Código dos Contratos Públicos, autoriza o pagamento, por entidades públicas, de 50 por cento do preço contratual, seja em situações de cancelamento ou de reagendamento de eventos culturais.

Lu Araujo reclama, por isso, da Câmara de Amarante, o pagamento de 200 mil euros, tendo em conta os compromissos que a sua empresa havia já assumido até março (quando o Município cancelou a edição 2020 do MIMO) “na contratação de artistas e produtoras, imagem, palcos e (nova) identidade visual para o festival”, designadamente, “sendo que, para além disso, o MIMO Amarante tem alocadas, em permanência e a tempo inteiro, 15 pessoas, que tratam de toda a logística”, disse então.

Edição portuguesa do MIMO noutra cidade?

Lu Araujo, que, entretanto, interpôs um terceira ação judicial contra o Município, disse a AM que, se até meados de janeiro, não houver entendimento com a edilidade, é certo que no próximo ano não haverá MIMO em Amarante, “muito menos em julho, como era habitual. Um festival como o MIMO não se prepara em três meses”, enfatizou.

Segundo Lu, há cerca de um mês, um vereador de Amarante terá feito com ela um contacto informal, mas não houve qualquer evolução no diferindo que a opõe à autarquia.

Entretanto, Lu Araújo disse a AM estar em conversações com duas outras cidades portuguesas que estarão a refletir sobre a possibilidade de receberem a edição portuguesa do MIMO. “E os meus patrocinadores vão para onde eu for”, sublinhou.

Frisou, contudo, que a edição portuguesa do MIMO era “uma operação exclusiva para Amarante. Em termos pessoais, continuo amando Amarante e estou muito grata pela forma como fui recebida aí”, acrescentou.

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