A representação do pecado da luxúria no românico de Amarante

Nada é esculpido ao acaso

Embora tenhamos de interpretar o tema em função da mentalidade medieval e admitindo a existência de ambiguidades simbólicas, para não falar em tantas interpretações pessoais como representações iconográficas, a luta contra a luxúria ficou expressa de diferentes maneiras, através de mulheres, sereias ou harpias, demonstrando que este era um assunto de primeira ordem e necessariamente a ser abordado. 

O mosteiro do Salvador de Travanca pela abundância da temática das sereias e outras representações similares, é um modelo das diferentes formas de representar este ser lendário conotado com o desejo e, simultaneamente, um exemplo da luta contra a luxúria. De igual modo, o mosteiro de São Martinho de Mancelos através da representação da primeira tentadora, no portal principal, é outro exemplo dessa mensagem a transmitir aos fiéis.

Para concluir, reforçamos a ideia que estas representações não estão por estar. As pedras são mudas, mas narram a história da Igreja Católica e as suas ações ou opções na Idade Média românica. Estão com um claro propósito. Foi o simbolismo desse propósito que se procurou evidenciar neste artigo.

 *Joaquim Luís Costa é Técnico Superior (História) na Rota do Românico  | CERT – Centro de Estudos do Românico e do Território. Membro do CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade; da APHES – Associação Portuguesa de História Económica e Social e dos AdR – Amigos del Románico.

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