O fim da intervenção do Estado na gestão dos baldios abriu novas oportunidades às comunidades para redefinir o seu modelo económico. No âmbito do projeto SUSPLACE, a Universidade de Aveiro está a estudar, desde 2016, formas de fomentar o conceito de economia comunitária em Ansiães, onde existe um dos mais importantes baldios de Portugal.
Marta Nieto Romero, investigadora da Universidade de Aveiro, analisou o baldio de Ansiães durante um ano, no âmbito de uma tese de doutoramento na área da gestão e ordenamento do território e do projeto sobre sustentabilidade SUSPLACE. Após algumas conclusões preliminares, decidiu implementar o “Marão, Minha Serra“, um projeto que visa examinar, mais a fundo, os laços afetuosos entre população e os terrenos comunitários. Daqui nasceu documentário “Cá no Marão mandam os que cá estão”, realizado por Marta Nieto e Gabriela Benedeti.
A curta-metragem, recentemente exibida na Casa da Granja, em Amarante, reúne os testemunhos de várias gerações de habitantes de Ansiães e revela, segundo a investigadora, as “relações afetivas que permitem rever o papel do baldio como um local importante para assegurar a sobrevivência das comunidades”.
A exibição do documentário em Amarante foi organizado pela Associação Para a Criação do Museu Eduardo Teixeira Pinto em colaboração com a Universidade de Aveiro e o Conselho Diretivo dos Baldios de Ansiães. No âmbito da mostra, a organização realizou um debate sobre o futuro dos baldios e dos desafios que os seus habitantes enfrentam.
No final, a investigadora da Universidade de Aveiro explicou que, para além do documentário, do seu trabalho de investigação em Ansiães nasceu um mapa interativo, alojado na plataforma Google Maps, e um outro mapa impresso será disponibilizado em breve aos habitantes de Ansiães e em geral, no website do projeto.
Na edição 36 da Amarante Magazine, agora nas bancas, poderá ler mais sobre o projeto liderado por Marta Nieto Romero.
